sábado, 25 de maio de 2013

A verdade é inexistente






É o saber

sem querer fazer,
É o querer
sem saber o que fazer



Tentando se expandir

sabendo que não se deve.
Se faz, e paga...
Paga com arrependimento.



Arrependimento de verdade

com consciência da gravidade.
Mas é o maldito querer,
sem fazer o saber.



É o saber

sem ter certeza,
É a certeza
de não saber o que fazer.



É o não entender

aleatoriamente,
é saber
sem saber do que sabe.



É o saber,

de não querer.
Saber que no fundo,
não sei me compreender



Volto para trás?

Sigo em frente!
Tenho medo de viver pois
a verdade é inexistente

Sereníssimo Solstício de Veneza


As folhas encantam os ventos de outono
tão serenas pairam pelo ar
onde cada sopro direciona uma energia
tão volúpias que fazem-nas dançar.

Eis que surge um menino,
trouxe-lhe o vento a apreciar
Em silêncio, toda sua emoção majestosamente sorriu
gritado pela alma em que o olhar sob a folha submergiu

Âmbito é a pedra, que o faz indagar
- Oh! abandonadas nesta grande imensidão
tão belas folhas, onde irão se aventurar?
Frutos póstumos de Caducifólia, fiquem onde estão!

- Equivoco! Comete a ti isto dizer
Se mãe Gaia não a deixasse, como iria a mim surpreender?
Todo teu encanto não está em seus lapsos primários somente
Prostrou-se, com afago, lentamente.

Solenemente, tomou-as pela mão

Folha, és como a pétala seca de um presente de amor
Guardar-te-ei em meu diário para que sejamos apenas um.
E a ti, pedregulho, levarei comigo onde for.
Serás para mim o único no mundo.

Alva, doce ilusão

    

A menina oculta, tem no seu quarto formas inúmeras,
que inventam espantalhos para seus olhos sem ilusão.
Bonecos que enchem as grandes horas de pesadelos,
que lhe roubam os olhos, que lhe partem a garganta,
que transformam em virtude, histórias de sua mão.
         
A menina oculta, um dia descobriu sozinha que era duas!
A que sofre depressa, no ritmo intenso e atroz da noite...
A que olha o sofrimento de cima, como uma narradora no alto de tudo,
de baixo de um céu de estrelas invisíveis sem contato nenhum com o chão.

A menina oculta, quando se desce no adormecer, se perde
como vento que abre um cerco de ilusões
é como do mar do esquecimento buscar areias
da lembrança que o afaga.

A menina oculta, passeia no jardim de inverno,
de plantas secas, de flores mistas,
A água platinada reflete um céu,
com pássaros navegando nas ilusões dos sonhos de sua jornada, sobre a folhagem
           
A menina oculta, chegou perto do dia tão mansa,
e tão simples como uma lágrima sobre a esperança.
E acaba de descobrir que as nuvens também têm movimento,
olha-nas como de muito mais longe.

E com um sorriso de saudade põe em pedras seus sentimentos de eternidade
e parte pelo claro vendo diante de uma noite fria e obscura,
procurando um coração para se abrigar...